Na sequência da notícia publicada hoje pelo Diário do Minho, sob o título “PSP encontrou em dois meses quase 400 idosos em situação de risco”, que dá conta da sinalização de 559 idosos em situação de vulnerabilidade durante o verão, a Comissão de Proteção ao Idoso vem por este meio tecer as seguintes considerações.
Em primeiro lugar, a CPI saúda e elogia esta iniciativa da Polícia de Segurança Pública. A operação demonstra uma faceta moderna e essencial do policiamento, que transcende a mera reação ao crime para atuar de forma proativa na proteção dos cidadãos mais vulneráveis. O trabalho exemplar das Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV) evidencia que a segurança se constrói com prevenção, humanidade e um profundo conhecimento da comunidade, prevenindo que mais idosos se tornem vítimas de abandono ou de atividade criminosa.
Adicionalmente, entendemos que os dados reportados são um sintoma de um problema social mais profundo. A notícia não reflete apenas o sucesso operacional da PSP; serve como um alerta urgente para a “epidemia silenciosa” da solidão e do isolamento que afeta a população idosa. As causas de risco identificadas, como a falta de autonomia e a ausência de redes de apoio, espelham uma progressiva fragilização dos laços familiares e comunitários. Na prática, a PSP está a dar visibilidade a um drama que se desenrola no recato dos lares e que interpela toda a sociedade.
Por último, a CPI sublinha que a ação policial, embora fundamental, deve ser entendida apenas como o primeiro passo de uma intervenção integrada. O sucesso a longo prazo desta operação dependerá da capacidade de resposta das instituições para as quais estes idosos foram encaminhados. É, por isso, crucial que os serviços de Segurança Social, Saúde e as autarquias locais disponham dos recursos necessários para garantir um acompanhamento contínuo e eficaz. O trabalho da PSP expõe, de forma inequívoca, a necessidade de uma resposta social concertada e robusta, para que ninguém seja deixado para trás.